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  • Sexta-feira, 24 de junho de 2005


    Viva Stanislaw

    Deu na Gazeta de Cachoeira Grande que conhecido fulano (renomado bisca de Cachoeira e proximidades) lá da cidade foi fazer um exame em um laboratório de Sorocaba (Cachoeira Grande não tem tamanho nem para ter cachoeira pequena, quanto mais laboratório médico).

    Uma vez que ia casar com boa moça (boa moça no caso se refere à têmpera e à herança, pois ela estava longe de ser boa como as dançarinas de night club o são), o exame se fazia necessário, para o velho sogro saber se havia chance deles perpetuarem o nome da família dela, apesar deste ser mais sujo que terminal de ônibus no fim de semana.

    Fulano então se dirigiu-se (onde coloco o pronome? Checa aí, revisão) a Sorocaba para tirar a prova dos nove que muito homem tira antes do casamento. Foi para o laboratório para fazer no potinho o que nós (modéstia à parte) fazemos tão bem na cama com mulher. Como é, minha senhora? A senhora não entendeu? Ah sim, a senhora entendeu, nós é que não entendemos que há muito tempo ninguém faz nada na cama com a senhora...

    Mas enfim, Fulano chegou no laboratório, fez ficha, sentou, leu revistas de amenidades (daquelas que se lê no banheiro durante os momentos de reflexão), uma vez que as revistas próprias para o ato do exame estavam bem guardadas na sala do dito cujo. Provavelmente porque ninguém lá queria que um paciente mais empolgado queimasse a largada.

    Claro que Fulano, não podia deixar de perceber a morena que trabalhava como enfermeira no estabelecimento. Sem entrar em maiores detalhes (até porque os detalhes são tão abundantes quanto impublicáveis), era uma morena dessas que até brilhavam, com uma forma tão especiosa que se fosse modelo de carro, nós com certeza arrombaríamos um na rua.

    Fulano foi chegando nela, com aquela conversa tratante que lhe deu a fama, e a morena não demorou muito para aderir. Conversa vai, conversa vem, a enfermeira tão cheirosa como o ambiente esterilizado permitisse topou entrar com ele na sala de exame, para garantir a eficiência do processo.

    A morena, querendo se ver livre de percalços, e acima de tudo, querendo cumprir com seus deveres de enfermeira, pediu para Fulano que apontasse o instrumento para o potinho antes do grande final.

    Certamente que Fulano não cumpriu o prometido (de outra maneira, essa história não chegaria na Gazeta de Cachoeira Grande, por menos notícia que se tenha por ali), e Fulano deixou o recipiente invicto e a moça violada. A morena só não gritou porque isso certamente alertaria os demais funcionários do laboratório, ignorantes que estavam da mudança de procedimento para coleta; mas nem por isso ela se furtou, como boa enfermeira, de administrar o melhor remédio para sem-vergonhice, isto é, uns bons safanões.

    Colocando a calça no anda-que-anda, o pústula saiu correndo do laboratório, antes mesmo que pudesse pegar o protocolo para retirada dos resultados. A morena pediu demissão dois dias depois, e certamente essa aventura nunca apareceria nas páginas do jornal, nem na tela de tão capacitado cronista como este, não fosse o que ela escreveu no relatório do exame de Fulano:

    “Nome: Vagabundo sem-vergonha. Resultado do teste: aguardar nove meses, e eu mato esse canalha se o resultado for positivo.”

    (Nota: meu pequeno tributo ao estilo e obra do Stanislaw Ponte Preta, um dos melhores cronistas que já li na vida. Obviamente que isso é uma tentativa de emular o estilo, nunca de igualar, por isso parem de procurar detalhes que não batem ou escorregadas na escrita. Para uma biografia detalhada do Stanislaw e um pouco do que ele fez, visitem este link)